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Na forma recortada a materialidade do quadro é acentuada, pois o suporte não é mais um retângulo ou quadrado em que a pintura acontece e sim um elemento ativo que amplia sua significação. Essas formas são encontradas ou determinadas na própria experiência de sua construção, em um processo intuitivo, no qual a confecção do suporte e sua relação com o espaço real determinam sua configuração. Isto vai de par com o corpo da pintura onde a cor estrutura a geometria e a linha determina a organicidade das formas. Apoiadas por uma relação dialética entre forma e cor, suas obras jogam com a textura do material, sua energia, sua sensualidade e seu dinamismo.
Suas obras integram não somente o dinamismo das formas e dos materiais, suas potencialidades visuais e formais como também seu erotismo. Elas são um constante vai e vem entre a sensualidade da curva e a aresta viva do ângulo agudo, o vibrato da cor e a tatilidade da matéria, em que passamos do surdo ao vivaz, do orgânico ao geométrico criando descontinuidades e variações, permitindo imaginar configurações que se valem de uma estrutura fragmentada.